O dia que a Arbitragem impediu uma Guerra.
- Dr. Enzo Valério

- 18 de jun. de 2021
- 2 min de leitura
Por 19 dias, Israel, Egito e Síria travam batalhas na fronteira, onde Egito e Síria invadem território israelense visando deter a expansão territorial do vizinho.
Para isso, 300 mil soldados egípcios e 60 mil soldados sírios acompanhados de guerrilheiros cubanos e artilheiros iraquianos são posicionados estrategicamente para a batalha. Egípcios atacam as as bases e bloqueios do Canal de Suez, enquanto sírios e aliados investem nas colinas de Golã. Ambos derrotados pelo país que era apoiado pela potência estadunidense. Após 19 dias de conflito, as forças retrocedem e as fronteiras voltam à configuração original.
O conflito bélico se encerra, mas o político que perdura a gerações permanece. Após 5 anos de discussões, afrontas e ofensas recíprocas, Egito e Israel são convidados a assinarem um Acordo de Paz pelo Presidente dos Estados Unidos da América, Jimmy Carter. Seria a primeira vez na história que um Estado Árabe, reconheceria Israel como um país.
Após tratativas bilaterais reconhecendo as fronteiras e retirada de tropas, as partes assinam o termo em 26 de março de 1979. No acordo, a previsão que todo e qualquer conflito seria resolvido por negociações com terceiros envolvidos na mediação e, em caso de impossibilidade de acordo, seria submetido à arbitragem.
Sem qualquer surpresa, em 1986, começa a disputa de um pequeno território entre a costa mediterrânea de Rafah e uma das praias do Golfo de Aqaba, na cidade de Taba. Ambas as localizações, estratégicas para o comércio de ambas nações. O argumento Israelense era de que Tabas havia sido anexada ao Império Otomano durante as negociações de 1906, de maneira que o Egito – parte do Império Britânico à época – portanto não teria direito ao território.
Ânimos começam a escalonar, uma vez que o conflito entre árabes e judeus por território é histórico, de maneira que ambos os países preparam-se para voltar aos conflitos. Com a colaboração de 3 países, um Tribunal Arbitral é constituído, e Israel perde a legitimidade do controle de Tabas, sendo a nova fronteira estabelecida por uma sentença arbitral.
Seria a primeira vez na história que o Estado de Israel evitaria um conflito armado sobre território. Até hoje perduram os efeitos do acordo e nenhum dos envolvidos contestou a decisão proferida.

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